quarta-feira, 29 de abril de 2009

Comentários à lição 05 (05209)


Paulo combate o Legalismo na Igreja

Por Marili F. Claro
Professora da Classe Rosa de Saron

E por falar em Legalismo, começarei meu comentário desta semana com um texto que li tempos atrás.

“Num domingo desses, numa de nossas igrejas evangélicas, no culto da noite, lá estava Diótrefes, assistindo ao louvor da mocidade com aquela cara de escandalizado.

Antes que a mocidade acabasse de cantar o último louvor, ele saiu da igreja inconformado.

Fora da igreja, andava de um lado para o outro esperando acabar o culto para pegar a presidente da mocidade.

Acabou o culto, ele foi, na carne, direto na presidente:

- Que negócio é esse de introduzir inovação na minha igreja? Eu mais o Simão Ferro Velho somos os guardiões desta igreja e há trinta anos não deixamos entrar inovação aqui.

- Mas que inovação, seu Diótrefes? Respondeu docemente a moça assustada.

- Essa música, com letra e ritmo mundano, que vocês cantaram por último.

- Mas, seu Diótrefes, não é inovação, não.

- Não discuta minha filha!... É claro que é! Não me desacate, sou o ungido.

- Mas, seu Diótrefes, essa música é o Salmo 150.

- É inovação do mesmo jeito!

Esse é apenas um dos milhares de legalismos e legalistas. O espírito legalista não escapa de nenhuma igreja, sem exceção.

Eles gostam de auto glorificar-se, exaltar os velhos tempos da sua denominação, exercer domínio quase militar sobre a vida dos membros, farejar heresias, criar normas moralistas, viver atacando com a lei os fracos publicanos e mulheres samaritanas; costumam ser estóicos por fora e epicureus por dentro; são ortodoxos racionalistas, ou seja, têm uma explicação para todos os atos inexplicáveis de Deus, acham que são confessores de Deus. Conhecem tudo que é sagrado, só não conhecem aquilo que é mais sagrado: a graça de Deus.” (Um legalista no Éden, Int. Rogério M. Rezende).

Paulo estava muito decepcionado com os gálatas, pois muitos dos recém-convertidos estavam seguindo falsos mestres que ensinavam “outro evangelho”. Eram os judaizantes (grupo de judeus legalistas da Igreja Primitiva) que tentavam casar a mensagem da salvação em Cristo com o contexto da Lei mosaica. É aí que Paulo apresenta uma forte defesa. Ele não rejeitou a Lei, pelo contrário, disse que a “Lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom”(Rm 7.12). A Lei protege do pecado, convence do pecado e conduz a Cristo. A Lei não justifica, mas serve como guia para a vida cristã diária. Paulo nos diz que, de modo geral, uma pessoa não é justificada pela Lei, mas pela fé em Jesus; de forma pessoal, cada um é justificado pela fé em Jesus; e, universalmente, que ninguém é justificado por obras.

Cristo morreu por nós e, hoje, somos declarados justos perante Deus e livres de qualquer acusação de pecado em termos de ter deixado de cumprir a Lei. Pelo fato de Cristo ter pago a penalidade exigida pela Lei, podemos abandonar qualquer ideia de obediência à Lei como meio de conquistar aprovação divina.

Estar crucificado com Cristo significa morte para ou separação do poder dominante da velha vida pecaminosa e liberdade para experimentar o poder da vida ressurreta de Cristo mediante a fé.

Uma pessoa que vive debaixo da graça de Deus pode dizer “...já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...”

Cristo passa a viver em nós, sem anular nossa personalidade (Gl 2.19,20).

Na realidade, eram os gálatas que estavam anulando a graça de Deus quando retinham a Lei como modo de vida. Se Deus quisesse obediência através da Lei, por que teria enviado Seu Filho para sofrer e morrer na cruz?

Hoje não é diferente. Quantos líderes tomam atitudes semelhantes às dos legalistas, colocando sobre os ombros de suas ovelhas cargas pesadas que nem eles mesmos conseguem suportar. Inventam ordenanças, exigindo dos fiéis uma postura de santidade exagerada, extra-bíblica. Exigindo que pessoas sigam ordenanças originadas de suas cabeças. Bom seria se eles entendessem o que Jesus diz em Mt 12.7 “Mas se vós soubésseis o que significa, Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes”.

Claro que devemos andar em santidade de vida, cumprir a vontade de Deus, ser zeloso quanto à Palavra de Deus e com a Sua obra. A observância à sã doutrina leva-nos a ter santidade interna e externa (2Tm 1.13).

Ao longo da história do Cristianismo, pessoas foram levadas a praticar as obras da Lei como meio de salvação, mas a Palavra nos diz que a nossa salvação é pela fé e não por obras. Portanto, nossa fé deve ser de dentro para fora e não de fora para dentro.

Resumindo o que diz o escritor Rogério M. Rezende: “ cristãos legalistas esquecem de sentir, de pensar, amar a graça de Deus. Sentem –se seguros debaixo da canga legalista. Olham a vida através dos usos e costumes de um determinado moralismo. Não andam por fé, mas por obras, e obras más. O justo vive pela fé, o legalista vive pelo legalismo. Legalismo “grosso”, intolerante e cheio de zelo doentio. É preciso ter zelo, mas zelo sadio, aquele zelo que levanta o fraco, consola a alma, que não mata os doentes, para os quais Cristo veio.

O Deus que nos enche de alegria, nos dê sua plena graça”.

BONS ESTUDOS!

2 comentários:

Reuel Vieira disse...

A Paz do Senhor Jesus, irmãos!

Convém discernirmos bem 'legalismo' e 'lei', pois, como foi observado “...a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom.” (Romanos 7.12)

Há muitos que abordam a 'lei' sob um enfoque que a classifica com algo nocivo. Associando-a ao 'legalismo' (chamo aqui 'legalismo' ao sistema baseado em regras pré-estabelecidas em que é dispensado apego irracional e insensato a padrões de conduta ou simples manifestações exteriores), ignoram sua importância, sublimidade e valor.
Entretanto, o 'legalismo' é a 'lei' quando submetida ao desvirtuamento realizado por vontade humana; ou seja, é a ingerência do homem nos preceitos estabelecidos por Deus.
Num ponto temos o 'legalismo', noutro – obviamente em extrema contraposição – o liberalismo. Se o 'legalismo' for chamado de “excesso de zelo”, seu polo oposto, o liberalismo, chamar-se-á “ausência de zelo”. Daí a necessidade de discernir 'lei' e 'legalismo'.
É ponto pacífico que ambos os pólos são posições errôneas, principalmente quando oriundos de meras imposições humanas.
Porém, nós, crentes, devemos examinar tais pontos com olhar cuidadoso, e iremos perceber que dentre eles existe um equilíbrio que é bom e agradável a Deus. E que deve, sim, ser oservado.

Sugiro para meditação:
“A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símpleces.
Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e alumia os olhos.
O temor do SENHOR é limpo e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos.
Também por eles é admoestado e teu servo; e em os guardar há grande recompensa.” Salmo 19.7-11

Que Deus nos abençoe.

Reuel Vieira disse...

A Paz do Senhor Jesus, irmãos!

Convém discernirmos bem 'legalismo' e 'lei', pois, como foi observado "...a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom." (Romanos 7.12)

Há muitos que abordam a 'lei' sob um enfoque que a classifica com algo nocivo. Associando-a ao 'legalismo' (chamo aqui 'legalismo' ao sistema baseado em regras pré-estabelecidas em que é dispensado apego irracional e insensato a padrões de conduta ou simples manifestações exteriores), ignoram sua importância, sublimidade e valor.
Entretanto, o 'legalismo' é a 'lei' quando submetida ao desvirtuamento realizado por vontade humana; ou seja, é a ingerência do homem nos preceitos estabelecidos por Deus.
Num ponto temos o 'legalismo', noutro – obviamente em extrema contraposição – o liberalismo. Se o 'legalismo' for chamado de "excesso de zelo", seu polo oposto, o liberalismo, chamar-se-á "ausência de zelo". Daí a necessidade de discernir 'lei' e 'legalismo'.
É ponto pacífico que ambos os pólos são posições errôneas, principalmente quando oriundos de meras imposições humanas.
Porém, nós, crentes, devemos examinar tais pontos com olhar cuidadoso, e iremos perceber que dentre eles existe um equilíbrio que é bom e agradável a Deus. E que deve, sim, ser oservado.
Para meditação:
"A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símpleces.
Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e alumia os olhos.
O temor do SENHOR é limpo e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos.
Também por eles é admoestado e teu servo; e em os guardar há grande recompensa." Salmo 19.7-11
Que Deus nos abençoe.