terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Comentários à lição 08 (08109)

O respigo na colheita de Israel
Por Alan G. de Sá
Evangelista da Assembléia de Deus Itaquerão,
líder do Ministério Pescadores de Almas* e
Professor convidado da EBD
I. O RESPIGO NA LEI MOSAICA

Esta lei, a "lei do respigo" (Lv 19.9,10; 23.22; Dt 24.19), foi dada por Deus com a preocupação de sustentar o "estrangeiro, o órfão e a viúva" (Dt 24.19). Deus, ao fazer com que Seu povo agisse assim, já o levava a um entendimento de que Deus também queria abençoar e alcançar as outras nações, e Israel seria Seu instrumento (Ex 19.5,6).
Havia entre os judeus um número considerável de residentes estrangeiros que eram livres, mas não possuíam terra. Então, para ganharem o seu sustento, se ofereciam como escravos. Eles podiam colher as uvas caídas da vinha (Lv 19.10) e as espigas que ficavam no chão depois da sega (Lv 23.22). Era fácil se aproveitar de alguém assim, mas como está escrito em Êxodo 22.20, Deus proibiu isso, lembrando Israel de que eles foram estrangeiros, peregrinos na terra do Egito.
Esse pedaço da colheita do campo que deveria ser deixado (Lv 23.22) era denominado em hebraico Peá e, segundo a tradição, a quantidade mínima era de 1 por 60. É toda essa prática que está no pano de fundo do relato da vida de Rute.

II. A PERGUNTA É: "COMO TODAS ESSAS FESTAS E LEIS DADAS A ISRAEL, SE RELACIONAM COM O PLANO DE DEUS COM ISRAEL E O MUNDO?"

As sete festas do Antigo Testamento são como um calendário cobrindo mais de 3.500 anos de história, da época de Moisés até a segunda vinda de Jesus Cristo. Elas são um cronograma divinamente preparado, mostrando o que Deus está fazendo com o Seu povo e com a humanidade. Elas têm um aspecto passado, presente e futuro. Basta vermos textos como 1 Co 5.7, 15.20; At 2, Jo 1.29, 7.37,38; 8.12, etc.
A lei do respigo estava ligada ao Pentecostes (Lv 23.15-25).

III. A POLÊMICA: "HAVERÁ SALVAÇÃO NA GRANDE TRIBULAÇÃO?"

Assim como a maioria dos comentaristas crêem, acredito que o detentor mencionado em 2 Tessalonicenses 2.6,7 é o Espírito Santo. A pergunta que é feita aos que se opõem a essa opinião é "Como será então a salvação na Grande Tribulação?"
O que terminará na grande tribulação são os ministérios exclusivos do Espírito Santo ao crente neste presente século (batismo, 1 Co 12.12,13; habitação, 1 Co 6.19,20; selo, Ef 1.13; 4.30 e enchimento, Ef 5.18). Todos os ministérios que dependem do Espírito Santo habitando no crente terminarão.
Porém, o Espírito Santo é onipresente e fará o mesmo trabalho de regeneração que fazia quando Deus lidava anteriormente com Israel, mas sem um ministério de habitação como hoje, para capacitação. A habitação do Espírito é totalmente diferente do Seu trabalho na regeneração (João 3).
Joel 2.28-32 relaciona a salvação de Israel ao ministério do Espírito Santo antes do segundo advento de Cristo.
A Grande Tribulação testemunhará a pregação do Evangelho do Reino. Mateus 24.14 deixa isso bem claro. No entanto, a pregação da cruz não é excluída pela pregação do Evangelho do Reino. Uma não exclui a outra. Vejamos:
Houve duas fases na pregação de João Batista do Evangelho do Reino: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino de Deus" (Mt 3.2) e "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). Uma fazia parte da declaração de João como a outra. João Batista proclamou uma cruz e um reino. Assim será na tribulação. Essa pregação resultará na salvação de multidões de gentios, na salvação nacional de Israel e na bênção milenar total para todos os salvos. Essa interpretação dá centralidade à cruz, à morte de Cristo, ao propósito eterno da redenção. Esses salvos na Grande Tribulação são os "respigos" da colheita.

Deus abençoe a todos e até a próxima se Deus quiser. Bons estudos em nome de Jesus Cristo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

TORÁ. Ed Sêfer;
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Ed CPAD;
MANUAL DE ESCATOLOGIA. J. Dwight Pentecost. Ed. Vida;
USOS E COSTUMES DOS TEMPOS BÍBLICOS. Ralph Gower. Ed. CPAD;
O CAJADO DO PASTOR. WordMAP.
* Para saber mais sobre os Pescadores de Almas, acesse o site:

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