sábado, 14 de novembro de 2009

Lição 7 - Jesus Cristo e os enigmas da cruz

por Marili Salete*


A QUEDA DO HOMEM

A proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal era, em última instância, uma prova de obediência a vontade revelada de Deus. Mas o homem não atentou para esta recomendação do Senhor e veio então a queda.

Em primeiro lugar, Satanás tentou fazer com que Eva duvidasse da bondade de Deus porque Ele lhes vedara acesso a uma determinada árvore (Gênesis 3.1, toda). Em seguida, Satanás ofereceu a Eva um plano substituto, que permitia comer do fruto sem sofrer a penalidade (vv. 4-5). Eva pegou, comeu e deu-a ao marido. Ela foi enganada, Adão comeu do fruto conscientemente (I Timóteo 2.14). Este pecado foi mais do que simplesmente comer um fruto proibido; inclui a desobediência à palavra revelada de Deus, crer na mentira de Satanás e pôr sua vontade acima da de Deus. O pecado, com suas terríveis consequências, entrou na raça humana e no mundo em geral (Romanos 5.12).

O pecado contamina todos os aspectos da vida do homem; seu veneno afeta a tudo o que ele pensa, diz e pratica. O pecado arruinou tanto a natureza, como a condição do homem, colocando-o em situação desesperadora, pois pelos seus próprios esforços não pode sair dela.

É condição juridicamente impossível, porque a lei divina requer a perfeita obediência. E é moralmente impossível, pois, “o que é nascido da carne é carne” Mas Deus em sua infinita misericórdia, nos concedeu a redenção através do sacrifício de Seu Filho. Cristo morreu no lugar dos pecadores. Ao derramar o seu sangue, reconcilia o homem a Deus.


O SIGNIFICADO DA CRUZ

O Novo Testamento testifica uma verdade estarrecedora de um Messias crucificado, porém, triunfante.

E o tema constante é a paixão vitoriosa do Filho de Deus.

1- Na cruz, Deus se revela ao homem


No momento em que Jesus entregou o seu espírito, “o véu do templo se rasgou do alto a baixo”(Mateus 27.5; Marcos 15.38). Por longos anos o véu ali se achava, vedando ao homem pecador os últimos mistérios da religião e impedindo, simbolicamente, a saída de Deus ao encontro do pecador. Parecia que aquilo iria permanecer para sempre e que o homem jamais conheceria a Deus de perto. Agora o véu rasgou-se e Deus se dá a conhecer ao homem. A cruz traz o homem para Deus, levando Deus até o homem (Hebreus 10.19, 20).

2 - Na cruz, Deus toma iniciativa e entra em ação a favor do homem

Em Atos 2.23, a Bíblia nos diz que Jesus fora entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus; em 2Coríntios 5.19, relata: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”. Deus estava agindo e Jesus encarou resolutamente sua missão. Em Lucas 12.50, Ele diz que: “Tenho um batismo com a qual hei de ser batizado e quanto me angustio até que ele se realize”.
Em Isaías 45.21 está escrito “... Deus justo e Salvador...”, isto não significa “Deus justo e, assim mesmo, Salvador”, mas sim “Deus justo e por isso mesmo, Salvador”, pois sua justiça se revela na graça e Sua santidade na redenção. Cristo não sofre apenas; Ele age. Além de vítima é Ele próprio o Sacerdote que oferece o sacrifício. É Senhor consciente da situação, do princípio ao fim. Triunfantemente exclama: “Está consumado!” e entrega o seu espírito.

3 - Na cruz, o Filho de Deus consuma Sua identificação com o homem pecador

Desde o início, Jesus fez questão de identificar-se ao máximo com os homens. Lá no Jordão, o que Ele fez, foi exatamente isso, indentificou-se com os oprimidos e quebrantados, com os infelizes e deserdados, fazendo Sua a dor que eles sofriam, a vergonha que sobre eles pesava, sendo contado com os transgressores (Isaías 53.12).

Nas Suas amizades, colocou-se ao lado dos Zaqueus, das Marias Madalenas, não de maneira forçada e nem com a superioridade moralmente religiosa, mas de maneira simples e direta, porque os amava e não se envergonhava de lhes chamar de irmão.

Durante toda a Sua vida, Ele pertencera aos pecadores, e na morte não se apartou deles, sendo colocado entre dois criminosos. Ele disse: “Ninguém me tira a vida; eu espontaneamente a dou”. Ele podia ter-se esquivado, mas não o fez. “Acaso pensas que não posso rogar ao meu Pai, e Ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos” (Mateus 26.53). Podia mas não quis se esquivar da cruz. Foi contado com os transgressores, levando sobre si os nossos pecados. Foi na paixão voluntária do amor, que Ele se identificou comigo, e Se deu por mim.

4 - Na cruz, é oferecido um sacrifício representativo pelos pecados do mundo

Não há um significado para o brado de desamparo “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46). Talvez seja um mistério de Sua pessoa, mas uma coisa é certa, é a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, é o amor de Deus. Ele que não conheceu pecado, “se fez pecado” por nós. Em toda a história somente Ele viu o pecado como Deus o vê. Como não confessar com humildade, com adoração, na companhia dos santos remidos no céu e na terra. “Ele me amou e a si mesmo se entregou por mim.” Morreu o justo pelos injustos para nos conduzir a Deus (1Pedro 3.18).

5 - Na cruz, é oferecido um sacrifício expiatório

Cristo foi crucificado por nós. E Ele mesmo, nosso Sumo Sacerdote, entra com Seu sangue, através do véu de Sua carne ferida, à presença do Pai.

Cristo leva no coração de Sua humanidade divina, toda a ignomínia e toda a ferida do nosso pecado. Seu ato representa um ato expiador. Como diz o escritor Bright:

“A nós nos honraste com um pacto mais excelente em que nos apoiamos, o pacto que estabeleceste na destra de Jesus Cristo, nosso Salvador, e que, houveste por bem, fosse escrito no Seu sangue e selado com a Sua morte. Por isso, ó Senhor, renunciando-nos a nós mesmos, e abandonando qualquer outra esperança, fugimos para esse precioso pacto pelo qual nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo-te Seu próprio corpo em sacrifício, nos reconciliou contigo. Contempla, pois, Senhor, não a nós, porém à face de Cristo, para que pela Sua intercessão seja aplacada a Tua ira, e o Teu rosto resplandeça sobre nós, para nossa alegria e salvação”.

6 - Na cruz, o pecador é identificado com Cristo, e a Ele unido

Como Cristo se identifica com minha dor, minha fraqueza, minha derrota, hei de identificar-me agora com Seu sacrifício, Sua vitória, Seu poder. É aí que se torna possível a transfusão da Sua vida. Como dizia Lutero: “Tu, Senhor Jesus, és minha justiça, porém, eu sou pecado Teu”.

Não há Redenção para o pecador sem a sua identificação com o Redentor. Se o pecador não estiver “em Cristo”, a obra redentora que Cristo efetuou em seu favor, foi em vão. E esta obra é perfeita e para sempre.

Porém só fará efeito no homem, remido, quando ele confessar: “Estou crucificado com Cristo; logo já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que tenho agora na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.20).
BONS ESTUDOS!



*Marili é professora da classe Rosa de Sarom da ADBrás em Jardim Helena

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