sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lição 3 - Jesus Cristo, o logos de Deus

por Alan Gomes de Sá*



"No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus.” (João 1.1)

João ao escrever seu livro, tinha como objetivo mostrar que Jesus era o Cristo e levar as pessoas a vida eterna (João 20.31). Seu evangelho tem ênfase apologética pois ele lidava com doutrinas que distorciam a pessoa de Jesus e seus ensinos, e essas doutrinas falsas estavam entrando dentro da igreja. Alguns ensinos negavam que Jesus era Deus, ou que ele tinha um corpo físico, outros diziam que Jesus era apenas uma emanação de Deus.

Seu evangelho é importante pois contém também o ensino de Jesus sobre a personalidade do Espírito Santo, rebatendo o ensino de que o Espírito Santo seja apenas uma emanação, uma influência ou força ativa (João 14.15-26; 16.1-24).

O USO QUE JOÃO FAZ DO TERMO “LOGOS” EM JOÃO 1.1:
Em seu prólogo (João 1.1-18), João estabelece a origem e a natureza tanto divina quanto humana do messias. Ao contrário do judaísmo moderno, que sustenta que o Messias deve ser somente humano, segundo David H. Stern, numerosas fontes judaicas falam das características sobrenaturais do Messias.

Em relação a divindade do Messias, João usa o termo “logos”. Apesar de toda a questão da filosofia usar a palavra “logos”, há muitas razões para acreditar que João tinha em mente o seu significado dentro do próprio judaísmo. Esse termo, “logos”, era utilizado amplamente e em muitos contextos no século I. Os estóicos entendiam que o logos era o princípio racional pelo qual tudo existe, a essência da alma humana racional. Outros pensam que João se fundamentou em Fílon, judeu do século I influenciado por Platão. Fílon faz uma distinção entre o mundo ideal, que ele chama de “logos de Deus” e o mundo real e fenomenal que é só cópia deste. Mas o logos de Fílon não tem personalidade divina.

Então podemos, com base no evangelho de João, verificar que há um pano de fundo mais prontamente provável que o fornecido por Fílon ou as escolas filosóficas gregas. João com freqüência usa o Antigo Testamento como pano de fundo para falar sobre Jesus. Lá, a “Palavra (hb. Dâbãr) está ligada com a poderosa atividade de Deus:

- na criação (Gênesis 1.3ss; Salmo 33.6);
- revelação (Jeremias 1.4; Isaías 9.8; Ezequiel 33.7; Amós 3.1,8);
- libertação (Salmo 107.20; Isaías 55.11).

Se é dito que a Palavra do Senhor fala ao profeta Isaías (7.3), em outro lugar “nós lemos que a Palavra do Senhor veio a Isaías” (Isaías 38.4; Jeremias 1.4; Ezequiel 1.6). Essa mesma palavra executa libertação e juízo (Isaías 55.11; Salmo 29.3). Essa personificação da palavra tornou-se até mais vívida nos escritos fundamentados no Antigo Testamento.

Em suma, a “Palavra” de Deus no Antigo Testamento é sua poderosa auto-expressão na criação, revelação e salvação, e a personificação daquela “Palavra” torna adequado para João aplicá-la como um título à auto-revelação definitiva de Deus, a pessoa de seu próprio Filho. Embora a expressão “logos” provasse ser mais rica para os leitores judeus, também ressoaria nas mentes dos leitores cujo contexto deles fosse inteiramente pagão. No entanto, eles ao lerem este evangelho descobririam que o termo “logos” tem um significado mais amplo do que eles estavam acostumados. Eles seriam forçados a terem um novo pensamento.

AS TRÊS IMPORTANTES AFIRMAÇÕES DE JOÃO 1.1:
- A primeira abrange a existência: A palavra existia no princípio, como alusão explícita a Gênesis 1.1. Em outras palavras, antes da criação, a “Palavra” já existia. Ela era distinta da criação.

- A segunda fala de seu relacionamento: “Ela estava com Deus”. Isso fala de seu relacionamento. Ela era tanto distinta do Pai como estava com ele. Em 1.14,18, João novamente fará uma distinção e se referir ao Pai e ao “Deus Unigênito” ou ao “Unigênito enviado de Deus”.

- A terceira fala da predicação da “Palavra” como Deus: A construção grega aqui é, gramaticalmente, a forma mais concisa de chamar a Palavra de “Deus” a ainda assim fazer alguma distinção entre eles. João abre seu evangelho afirmando a mais elevada cristologia possível, a divindade absoluta e a igualdade com Deus do enviado (João 1.9). João conta a história de Jesus do céu para baixo.

O “LOGOS” SE TORNOU UM SER HUMANO
Não foi que o homem chamado Jesus que cresceu em Nazaré, decidiu ser Deus um dia. Pelo contrário: a Palavra que “estava com Deus” e “era Deus”, abriu mão da “glória que tinha com o Pai antes do mundo existir” (João 17.5). Deus tornou-se um homem,sem pecado (João 1.14, 1.29; Filipenses 2.7).Ele veio para nos revelar o Pai (João 1.18; 14.7-9-11) e nos resgatar de nossos pecados (João 1.29; 3.16)


Louvado seja o nome de Jesus, o Messias!!!




*Alan é estudante de teologia e evangelista da igreja ADBrás em Jardim Helena

Nenhum comentário: