“... Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mateus 4.17b)
Segundo o dicionário Teológico, arrependimento significa: compunção, contrição. Tristeza causada pela violação das leis divinas, pela qual o indivíduo é constrangido a voltar-se a Deus para implorar-lhe o imerecido favor.
O arrependimento se refere à mudança de atitude para com Deus; arrependimento resulta em mudança de rumo, ao invés de se encaminhar em direção ao pecado, encaminha-se na direção de Deus.
No Novo Testamento, é uma palavra que faz distinção entre a mudança de direção na vida em função da obediência (Lucas 3.8-9) e a mera observância de rituais na esperança de se escapar da punição.
A palavra “metanoeo”, do grego, significa “mudar de ideia” ou “arrepender-se” (Lucas 13.3). Foi este o tipo de arrependimento demonstrado pela mulher samaritana, que deu testemunho do que o Messias havia feito em sua vida (João 4.28-29). Já no caso de Judas (Mateus 27.3) a palavra grega ali é metamelomai, que significa sentir remorso, isto é, expressa pesar em relação ao modo como as coisas aconteceram.
No Antigo Testamento, ele é apresentado mais em termos coletivos do que individuais. As pessoas percebiam sua culpa mais como nação do que como indivíduo, o arrependimento era geralmente expresso mais no coletivo, como um ritual e não como confissão individual, e o juízo de Deus costumava afetar a nação inteira. Esse ritual de arrependimento podia ser facilmente distorcido, porque não correspondia a uma genuína transformação interior. Eles pecavam, se arrependiam, pecavam novamente, se arrependiam e assim viviam. Os profetas alertavam contra os perigos de um falso arrependimento, pois um simples ritual não pode substituir a determinação interior de mudar de vida. O abandono do pecado tem de ser acompanhado de atitude de voltar-se para o Senhor.
Para recebermos os dons de Deus, é preciso um arrependimento individual, com um coração contrito, pois só quando estamos dispostos a admitir que “não somos e não podemos” ser auto-suficientes é que nos tornamos capazes de receber Aquele que é tudo em todos.
O arrependimento deve ser um processo contínuo em nossas vidas. Na medida em que lamentamos os pecados cometidos contra um Deus santo, e isto diariamente, devemos tomar a decisão de mortificar nossa natureza pecaminosa, que é auto-suficiente, e dependermos inteiramente de Cristo e de sua obra feita na cruz. O verdadeiro arrependimento gera uma vida abundante em Cristo.
Embora o arrependimento não possa, por si só nos salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem ter a consciência de que a nossa salvação depende da nossa fé e de nosso arrependimento. A mensagem de João Batista (Mateus 3.2), de Jesus (Mateus 4.17) e dos apóstolos (Atos 2.38) era “ARREPENDEI-VOS”. Todos devem arrepender-se, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
DEUS OS ABENÇOE! BONS ESTUDOS!
*Marili é diaconisa na ADBrás em Jardim Helena e professora da classe Rosa de Saron da Escola Bíblica Dominical
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