Esta lição nos fala de amor, perdão e humildade. Ele humilhou-se a Si mesmo, “para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”(Marcos 10.45).
Jesus demonstrou seu caráter de servo mediante um ato de extrema humildade que deixou seus discípulos chocados, porém isto serviu de exemplo para o relacionamento entre eles. (João 13.15)
UM SALVADOR QUE SERVE
- Somos informados no (v. 1 ) que Jesus sabia que “sua hora de passar deste mundo para o Pai já tinha chegado”, e que essa hora de partida era de sofrimento. Era um momento determinado no tempo, desde antes da fundação do mundo. O mundo o rejeitara e logo haveria de crucificá-lo. Neste momento chave, estando o fim bem próximo, o Senhor fez o que jamais faríamos: assumiu a condição de servo humilde, lavando os pés aos discípulos. Quanto amor demonstrou o Senhor pelos seus!
- “como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”. Ao chamá-los de “os seus” o Senhor tinha prazer em reivindicá-los para si. Ele os conhecia como homens que haviam falhado várias vezes, que falhariam ainda. Sabia que Pedro o negaria naquela mesma noite. Sabia que Tomé duvidaria de sua ressurreição, que todos o abandonariam e fugiriam naquela noite, inclusive que Judas o trairia, mas mesmo assim, Ele os amou até o fim (literalmente “ao máximo”). Apesar de conhecer-lhes as falhas, Ele se inclinou e lavou-lhes os pés. O Senhor tomou a forma de servo.
- “durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariótes, filho de Simão, que o traísse...”(v.2). Jesus sabia que o traidor estava sentado à mesa, ao seu lado (v.21). Via lá no profundo da sua mente o esquema da traição que estava sendo armado. Mesmo assim, ciente de tudo isso, o Servo-modelo inclinou-se a fim de tomar os pés de Judas em suas mãos e lavá-los – um exemplo de amor, perdão, humildade e perfeito espírito de serviço.
- Os versículos 3 e 4 declaram: “Jesus, sabendo que o Pai depositara em suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima,...” Jesus estava totalmente consciente de sua origem divina e da glória vindoura. Sabia que o Pai lhe prometera autoridade sobre todas as coisas do universo. Mesmo assim o Herdeiro de tudo humilhou-se a fim de realizar a obra de um escravo. A obra do perfeito Servo, a da redenção (Filipenses 2.5-8). Ele se levantou de seu lugar ao lado do Pai, nos céus. Deixou de lado o exterior de sua glória. Assumiu a forma de servo. Derramou seu sangue em oferta pelo pecado. Em seguida, ressuscitou e sentou-se à direita do Pai.
JESUS AOS PÉS DE PEDRO
Pedro não compreendeu que o Senhor jamais agiria em desacordo com a dignidade de sua posição, por isso ele explode: “Senhor, tu vais lavar os meus pés?” (v.6)
Por que razão o Mestre haveria de servir ao servo? “O que eu faço não o sabes agora, mas o compreenderás depois” (v.7). Esta resposta de Jesus indica que havia muito mais neste ato do que simples água e pés limpos.
Através deste evento, mais tarde Pedro aprendeu duas valiosas lições. A primeira, a da purificação, ao ser restaurado, depois de ter negado a Jesus por três vezes. A segunda sobre humildade envolvida no serviço, sobre a qual escreveu muitos anos mais tarde (1Pedro 5.1-6).
É evidente que Pedro tinha humildade suficiente para reconhecer que Jesus não deveria lavar-lhe os pés, mas tinha orgulho suficiente para instruir o Senhor sobre o que ele deveria fazer. Pedro afirmou categoricamente que Jesus nunca lhe lavaria os pés, porém alguns segundos após precisou mudar de opinião.
Com doçura o Senhor mostrou a Pedro uma das maiores lições: os benefícios da limpeza espiritual “Se eu não te lavar, não tens parte comigo”(v. 8) O Senhor estava usando os pés sujos de Pedro como ilustração de uma verdade espiritual importante. Assim como Pedro admitiu que seus pés estavam sujos e precisava coloca-los nas mãos do Senhor, assim o crente que pecou deve chegar-se ao Senhor, confessar seu pecado e receber perdão e purificação (1João 1.9).
Assim que Pedro entendeu o que o Senhor estava falando. Disse: ”Não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça”. No v.10 o Senhor explica por que Pedro precisava ter apenas os pés lavados, e não o corpo.
A lição para Pedro e para nós é que ele já tomara um banho (era crente em Cristo e tinha seus pecados perdoados) e não precisava de mais um banho. O que ele precisava era de uma lavagem para livrar-se das impurezas do mundo (que seus pés fossem lavados).
Terminado seu ato de serviço, Jesus assumiu seu lugar à mesa e passou a ensinar-lhes uma lição. Com Pedro, ele se referia ao relacionamento vertical com o Senhor, mas com os discípulos, ele estava falando de um relacionamento horizontal, isto é, servir ao próximo, lavar os pés imundos dos outros (Filipenses 2.3). Como? Tomando a “água” da Palavra de Deus e, com máximo cuidado, máxima delicadeza, aplica-la ao irmão que pecou estando o tempo todo conscientes de que eles também estão sujeitos à tentação.
O ato do Senhor foi um serviço de autonegação. Ele praticou o que ensinava ao dizer a seus discípulos que viera a fim de servir e não ser servido.
UMA BEM-AVENTURANÇA
Assim termina a lição do Salvador: ”Agora que sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (v. 17).
Como resultado da obediência, Deus tem uma benção especial para o servo humilde que se inclina a fim de “lavar os pés” de seus companheiros de servidão. Como diz em Tiago 1.22-25, se formos servos obedientes, cumpridores da Palavra seremos abençoados naquilo que praticamos.
Se quisermos em realidade seguir a Jesus, haveremos de caminhar pelos caminhos da humildade, a saber, caminhos do serviço.
Deus os abençoe e bons estudos.
*Marili é professora da classe Rosa de Saron na ADBrás em Jardim Helena
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